Dias cristalinos, Parte 1/3: A velha.
Pianinho, quebrei em uma biboca
deserta e cheguei às 3h da manhã na pensão da irmã Zuleica, uma jovem senhora
com o olhar de capital, cabelo grisalho desbotado, que empregava, pelo que vi
no tempo em que passei por lá, cerca de cinco pessoas em seu negócio, alguns
deles simpáticos, outros nem tanto.
A velha recebia tudo o quanto era
tipo de gente naquele lugar; olhava bem fundo nos olhos do sujeito ou da
sujeita e logo determinava o preço da estadia, no meu caso, mais
intrauterinamente, passeou os seus olhos de meus pés aos dreads de minha cuca e
sentenciou: - Quarto duplo fica por R$ 80,00 com ar condicionado, o duplo com
ventilador podemos fechar por R$50,00. Eu nem pensei duas vezes, e sem miséria
falei: - O com ar condicionado, por favor, porque quem gosta de calor é o demo
e em áridas terras, em tempos de "br-o-bro", chapéu de otário é pedir
empréstimo no banco e abrir uma revenda de aquecedor! Ela sorriu e me disse: -
Quarto número 01, seu moço, eis aqui suas chaves!
Dormi feito uma pedra no primeiro dia
dos três que fiquei por lá, acordei com batidas de porta simpáticas de um
funcionário da pensão avisando que já era a hora do almoço; só assim fui
descobrir o bônus da hospedagem, além do café da manhã, o almoço e o jantar
eram por conta da casa.
No quarto número 01, eu sonhei por
três dias.
(Continua)
Pois é meu Pássaro Bege, em terras tórridas passarinho plana de asa em asa para não esquentar a sua plumagem... E como diz aquele menino que canta: a cajuína cristalina em Teresina... Perto do mar... Longe da cruz...
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